Veado Assassino, de Santiago Nazarian

Se você está interessado por esse livro, tenho duas coisas iniciais a dizer: 1) fuja das resenhas, dos textos preliminares, dos posts nas redes sociais, quaisquer textos sobre ele; 2) não perca tempo, comece logo.

Você tem bons motivos para querer ler “Veado Assassino”, a começar pelo instigante título. Temos uma ótima capa. A assinatura de Santiago Nazarian, autor de livros incríveis. O número de páginas conta a seu favor; 111 apenas. O formato, sim, o formato do livro, ele todo em diálogos, faz a leitura tracionar de maneira incrível – dá pra ler o romance todo em uma hora, um pouco mais. A fonte é agradável e de bom tamanho, algo que tenho procurado nos livros, atualmente. Você precisa de mais?

Bom, e o assunto?, você vai perguntar. Temos esse veado – ou viado, termo jocoso e meio em desuso para gays –, de apenas dezesseis anos, que matou o presidente da república; um fascista homofóbico. E ele é interrogado por alguém, que não sabemos bem quem é. O livro todo é esse interrogatório, onde vamos conhecendo um pouco sobre o veado, Renato, a família dele, algumas de suas ideias (ou a falta delas), sua visão de mundo.

Bom, eu disse para não ler nada sobre o livro antes de lê-lo, essa é a primeira dica. Se você veio até aqui talvez queira algum spoiler, queira algo que eu realmente não devo oferecer, em favor de sua experiência com o livro. Desculpe.

“Veado Assassino” se insere em uma linhagem de boas histórias com apenas dois personagens, ou duas vozes, com clássicos na própria literatura, assim como no teatro e no cinema. Teria alguns exemplos a dar, mas até esses exemplos poderiam servir como chaves de leitura talvez equivocadas para os leitores. Então: desculpe de novo.

E, de novo, não perca tempo e comece logo.

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